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Portugal ocupa 1º lugar na Europa com menores emissões de CO2 dos veículos novos vendidos em 2011

Quarta-feira, 05.12.12

Portugal ocupa, no quadro dos 27 Estados-Membros da União Europeia (UE), a primeira posição do ranking no que diz respeito à frota de novos veículos ligeiros, mais eficientes e mais limpos. Em 2011, os novos veículos ligeiros de passageiros em Portugal, emitiram, em média, 122,8gCO2/km, seguido por Malta (124,5gCO2/km) e pela Dinamarca (125gCO2/km). Estas são as conclusões de um estudo hoje publicado, em Bruxelas, pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E), da qual a Quercus faz parte.

Existem vários fatores que justificam este desempenho positivo de Portugal: a frota média é dominada por veículos de dimensões mais reduzidas (e menos poluentes) do que a média dos países da UE e a carga fiscal beneficia os veículos menos poluentes, com a componente de emissões de CO2 a ser ponderada em 60% no Imposto sobre os Veículos (IA) e no Imposto Único de Circulação (IUC). A crise económica que o país atravessa terá também resultado no decréscimo das vendas de novos veículos ligeiros, destacando as vendas dos mais eficientes.

O estudo da T&E sustenta que os fabricantes de automóveis europeus estão a ter um melhor desempenho do que a maioria dos seus concorrentes asiáticos(1) de modo a atingir a meta de redução das emissões para os novos veículos ligeiros de passageiros de 95 gCO2/km em 2020, definida pela legislação europeia. Na corrida para atingir esta meta, todos os fabricantes europeus (exceto a Daimler AG) estão entre os primeiros nove lugares com bom desempenho, enquanto cinco dos últimos seis fabricantes automóveis com pior desempenho são asiáticos.

Este estudo da T&E é publicado anualmente desde 2006 e avalia o progresso dos fabricantes automóveis europeus no esforço de redução das emissões de CO2 dos novos veículos ligeiros de passageiros por forma a atingir a meta para 2015 (130gCO2/km) (2). Em 2012, e pela primeira vez(3), o estudo aborda também o progresso dos fabricantes para atingir a meta para 2020 (95gCO2/km), e atesta que é mais fácil cumprir as metas europeias de redução das emissões do que a indústria europeia tem vindo a invocar, desde que a legislação europeia entrou em vigor (2009).

De um modo geral, e considerando o ano de 2011, a indústria automóvel conseguiu reduzir os consumos de combustível e as emissões de CO2 em 3,3%. Isto significa que, quatro anos antes da data prevista, a meta de 130 gCO2/km para 2015 está apenas a 4% de distância. Entre as principais marcas automóveis, a Fiat, a Toyota e a Peugeot-Citroën já atingiram, em 2012, a meta de emissões para 2015.

Nos últimos quatro anos, as emissões de CO2 dos novos automóveis foram reduzidas a uma taxa anual de 4%. Com base na evolução tecnológica, o estudo estima que os fabricantes europeus de automóveis precisam de melhorar a eficiência dos veículos (e reduzir emissões de CO2), a uma taxa anual de apenas 3,8% para atingir a meta de 95 gCO2/km em 2020.

O estudo da T&E constata ainda que os fabricantes de automóveis estão a reduzir os consumos de combustível e emissões de CO2 dos veículos, não só através de melhorias tecnológicas introduzidas nos motores automóveis, mas também pela “manipulação” e sobrevalorização dos resultados dos testes que os comprovam, pelo que a diferença entre os valores “oficiais” e os valores “reais” tem vindo a aumentar.

Segundo Jos Dings, da T&E, “as organizações não governamentais de ambiente já constataram que os fabricantes europeus de automóveis estão no bom caminho para ultrapassar a meta de emissões de CO2 em 2015 (130gCO2/km) por uma grande margem. Sabemos agora que a maioria está também no caminho certo para atingir a meta de emissões para 2020 (95gCO2/km), e que os fabricantes europeus estão melhor posicionados para atingir esta meta do que os seus concorrentes asiáticos. Portanto, é importante que a Comissão Europeia estabeleça agora uma meta mais ambiciosa de 60gCO2/km, a atingir em 2025. Em jogo não está apenas o futuro do planeta, mas também mais poupanças para o bolso dos condutores em despesas de combustível, com veículos mais limpos".

Já Francisco Ferreira, da Quercus, reforça que “é importante a indústria automóvel continuar empenhada em reduzir as emissões de CO2 dos novos veículos e dê prioridade a tecnologias menos poluentes. Por exemplo, o peso dos veículos é um fator determinante para reduzir o consumo de combustível e emissões, e obter grandes poupanças em faturas de combustível, e muito pode ainda fazer-se neste campo. Este é um passo fundamental para cumprir a meta de redução de gases de efeito de estufa dos transportes em 60%, até 2050, e manter a liderança da política climática e a competitividade da economia da UE face aos países emergentes.”

Lisboa, 5 de dezembro de 2012

A Direção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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por Quercus às 11:45