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Agência Europeia do Ambiente: evidência das alterações climáticas em toda a Europa confirma necessidade urgente de adaptação

Quarta-feira, 21.11.12

A Agência Europeia do Ambiente alerta numa avaliação publicada hoje que as alterações climáticas estão a afetar todas as regiões da Europa, causando múltiplos impactos na sociedade e no ambiente, e que no futuro os danos poderão ter custos elevados.

O relatório «Climate change, impacts and vulnerability in Europe 2012» (Alterações climáticas, impactos e vulnerabilidade na Europa 2012) conclui que se têm observado temperaturas médias mais elevadas a nível europeu, bem como uma diminuição da precipitação nas regiões meridionais do continente, em paralelo com o seu aumento no norte da Europa. O manto de gelo da Gronelândia, o gelo do mar Ártico e muitos glaciares da Europa estão em fusão, o manto de neve reduziu-se e a maioria dos pergelissolos aqueceu.

Nos últimos anos, fenómenos climáticos extremos, como as vagas de calor, as inundações e as secas, têm causado crescentes prejuízos materiais em toda a Europa. Embora sejam necessários mais dados para determinar o papel desempenhado pelas alterações climáticas nesta tendência, sabe-se que o aumento da atividade humana em zonas de risco é um fator fundamental. É previsível que as alterações climáticas agravem esta vulnerabilidade no futuro, à medida que os referidos fenómenos aumentam em intensidade e frequência. Se as sociedades europeias não se adaptarem, será inevitável que os prejuízos continuem a aumentar.

O relatório assinala que algumas regiões terão menos capacidade de adaptação do que outras, em parte devido às disparidades económicas existentes na Europa, e que os efeitos das alterações climáticas poderão aprofundar ainda mais essas desigualdades.

"As alterações climáticas são uma realidade em todo o mundo e a sua dimensão e rapidez são cada vez mais evidentes. Em consequência, é necessário que todos os setores da economia, incluindo o dos particulares, se adaptem e reduzam as emissões", salienta Jacqueline McGlade, diretora executiva da AEA.

Alterações climáticas observadas e projeções futuras: alguns resultados fundamentais

A última década (2002–2011) foi a mais quente de que há registo na Europa, com uma temperatura terrestre 1,3° C superior à da média pré-industrial. Várias projeções obtidas a partir de modelos indicam que, na parte final do século XXI, a Europa poderá ter uma temperatura 2,5–4° C superior à média registada no período de 1961 a 1990.

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por Quercus às 14:37

Banco Mundial olha para um cenário de 4ºC

Segunda-feira, 19.11.12

O estudo “Turn Down the Heat” encomendado pelo Banco Mundial ao Instituto Potsdam vem reafirmar que o mundo está no caminho de um aquecimento global de 4º Celsius até ao final deste século, se a comunidade internacional não agir sobre o problema das alterações climáticas. Este aumento de temperatura global provocaria uma alteração profunda no clima mundial – onde algumas regiões serão mais afetadas que outras – onde se inclui ondas de calor sem precedentes em muitas regiões, a diminuição das reservas de alimentos e a subida do nível do mar, afetando centenas de milhões de pessoas.

O presidente do Grupo do Banco Mundial, Jim Yong Kim afirmou que “um mundo 4ºC mais quente deve ser evitado. A falta de ação sobre as alterações climáticas ameaça tornar o mundo que os nossos filhos herdarão completamente diferente do que é hoje. As alterações climáticas são um dos maiores desafios que enfrentamos e temos de assumir a responsabilidade de agir em nome das gerações futuras, especialmente das mais pobres.”

Mas ainda há tempo para inverter esta trajetória, assim haja vontade, e o relatório aponta caminhos. “São necessários mais esforços de adaptação e mitigação, é necessário uma resposta global e uma resposta que coloque a humanidade num novo caminho de desenvolvimento climático mais inteligente de prosperidade partilhada. Mas o tempo é curto” disse ainda.

Este estudo também aponta iniciativas para este caminho diferente: transferir mais de um bilião de dólares EUA de apoio a combustíveis fósseis e outros subsídios prejudiciais para outras melhores utilizações; contabilização do “capital natural” nas contas públicas nacionais; investir em infraestruturas capazes de suportar condições meteorológicas extremas, em sistemas de transportes públicos pensados para minimizar as emissões de gases de efeito de estufa e maximizando o acesso a empregos e serviços, apoiar os sistemas nacionais e internacionais de comércio de carbono, aumentar a eficiência energética – especialmente nos edifícios – e a fração de energia produzida por fontes renováveis.

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por Quercus às 14:50

Os elementos chave da política europeia para Doha

Sábado, 17.11.12

O Parlamento Europeu encomendou um estudo ao Öko-Institute sobre o desenvolvimento das negociações climáticas tendo em vista os resultados que podem sair de Doha.

Segundo este estudo, os principais desafios na mesa para Doha são o acordo sobre um segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto, e conseguir estabelecer os fundamentos e um programa de trabalho que permita desenvolver um instrumento global e juridicamente vinculativo para todas as Partes da Convenção (leia-se Países) em 2015, de forma a entrar em vigor antes de 2020.

Os elementos importantes para Doha, na perspetiva da União Europeia:

• Alteração substancial na abordagem da divisão estrita entre as Partes do Anexo I (países desenvolvidos) e Partes fora do Anexo I (países em desenvolvimento, incluindo economias emergentes);

• Melhorar o nível de ambição, encerrando o intervalo existente entre o nível de ambição acordado e a redução de emissões necessárias para atingir o objetivo de 2ºC, encerrando a lacuna existente no nível de ambição pré-2020 dando um impulso político para aumentar o nível de ambição global, por exemplo, através  do apoio ao conceito de iniciativas de cooperação internacional;

• A adoção de uma proposta para um segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto, incluindo decisões que garantam a sua aplicação a partir de 1 de janeiro de 2013 em diante;

• A continuação do apoio financeiro após 2012;

• A continuação da implementação do Fundo Verde para o Clima;

• O desenvolvimento e a implementação de novos processos e instituições criados em Cancun (COP16) e Durban (COP17), como a Comissão de Adaptação e a Comissão do Mecanismo de Tecnologia;

• A implementação posterior das decisões tomadas em Durban relacionadas com a medição, comunicação e verificação das ações de mitigação e financiamento para países desenvolvidos e países em desenvolvimento.

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por Quercus às 19:01

Biomassa "mais suja" do que o carvão na produção de energia

Terça-feira, 13.11.12

Queimar madeira nas centrais britânicas de produção de energia é mais poluente do que queimar carvão, conclui o relatório Dirtier than Coal? (PDF) das ONG Royal Society for the Protection of Birds (RSPB), Amigos da Terra e Greenpeace. O estudo usa dados do próprio Governo britânico para demonstrar que a queima de madeira para gerar electricidade é pior para o clima do que o carvão, porque a geração de energia a partir de árvores coníferas resulta em emissões 49 por cento acima das emitidas pela queima de carvão.

O relatório surge após algumas das maiores centrais a carvão terem manifestado a intenção de trocar o carvão pela lenha. "Quando se queimam árvores nestas centrais produz-se CO2, tal como na queima de carvão. A diferença é que a madeira tem menos densidade energétca e é mais húmida do que o carvão, pelo que é preciso muito mais energia para a colheita, o transporte e processamento e, finalmente, a queima", explica Harry Huyton, director de política climática da RSPB.

As três organizações pedem ao Governo que cancele qualquer subsídio à queima de madeira nestas centrais e em novas unidades de produção de energia apenas dependentes da biomassa. Em alternativa, as ONG pedem que o Governo concentre esforços na implementação de um sector de bioenergia de pequena escala com base em matérias-primas sustentáveis do Reino Unido, incluindo resíduos de madeira e de silvicultura, bem como o investimento contínuo em energia limpa, verde e renovável, como a eólica, a solar e a energia das ondas.

As ONG alertam ainda que se os subsídios do governo se concretizarem, serão queimadas 30 milhões de toneladas de madeira por ano, um valor seis vezes superior à colheita total no Reino Unido. "Essa enorme procura vai prejudicar as indústrias tradicionais que dependem de madeira para móveis e materiais de construção, por exemplo, que terão de usar outros materiais como plástico e cimento, que são piores para o ambiente", acrescenta Huyton.

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por Quercus às 15:54

Estudo alerta para impacto económico e humano das alterações climáticas

Segunda-feira, 22.10.12

As alterações climáticas já estão a contribuir para a morte de cerca de 400 mil pessoas por ano e custam ao mundo mais de 1,2 biliões de dólares, sorvendo 1,6% do PIB ao nível mundial, de acordo com o estudo "Climate Vulnerability Monitor" de 2012. Os impactos estão a ser sentidos com mais intensidade nos países em desenvolvimento, onde as condições meteorológicas extremas associadas às alterações climáticas provocaram danos nas produções agrícolas, o que está a contribuir para o aumento de mortes, pobreza, desnutrição e doenças associadas. A poluição do ar causada pela queima de combustíveis fósseis contribui também para a morte de pelo menos 4,5 milhões de pessoas. O relatório foi encomendado por mais de 20 países e contou com a participação de mais de 50 cientistas e economistas, que apontam que para que em 2030 os custos das alterações climáticas e da poluição do ar aumente para 3,2% do PIB mundial, um fardo suportado sobretudo pelos países menos desenvolvidos , que irão perder cerca de 11% do seu PIB. [Fonte: Guardian]

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por Quercus às 23:55